A Função da Política nos Dias de Hoje
Nos tempos que correm, com as decisões que há para tomar, como se posicionam os partidos políticos, qual a sua verdadeira influência? Onde se situam a Esquerda e a Direita? Começaremos por uma brevíssima descrição das suas origens.
Há duas ideologias principais de onde surgem todas as outras. Estas duas podem considerar-se correspondentes, respectivamente, à direita e à esquerda, e denominam-se Liberalismo e Socialismo.
O Liberalismo defende o livre desenvolvimento da economia através do mercado, não recorrendo a intervenções e regulações do Estado que vão para além da garantia dos direitos de propriedade. Com a adopção de políticas liberais sem qualquer intervenção do Estado, o capitalismo tornou-se feroz, explorando os operários assalariados (corporativismo). O socialismo surgiu, assim, como resposta a este problema, sugerindo medidas opostas e, na maioria das vezes, um pouco radicais - ou seja, passou-se dum capitalismo enfermo para um sobrecontrolo da economia. Os socialistas defendiam que todos “fossem iguais” e tivessem os mesmos direitos. Para atingir este objectivo recorreram ao poder absoluto, nacionalizando as empresas e repartindo os lucros por toda a sociedade.
Ao olharmos para o espectro político português vemos que nem só estas ideologias o compõem e, além disso, nenhum partido com assento no parlamento se rege literalmente por elas.
O CDS-PP alinha pelo ramo do liberalismo denominado democracia-cristã, seguindo ideias liberais moderadas.
No lado do socialismo temos (predominantemente) o PCP e o BE. Ambos defendem políticas sociais e de intervenção do Estado mais radicais. O PCP representa a vertente comunista do socialismo, uma versão muita próxima da explosão socialista inicial.
O PS e o PSD têm como ideologia a social-democracia, embora, como sabemos, tenham práticas políticas um pouco diferentes. A social-democracia surge como uma “terceira via” que tenta chegar a um equilíbrio entre o Liberalismo e o Socialismo. Defende uma intervenção racional do Estado sobre a economia, recorrendo a instituições para evitar injustiças sociais e ao mesmo tempo fomentar o desenvolvimento económico.
Apesar da Direita e a Esquerda serem bem distintas no que diz respeito às definições económicas e sociais dos partidos políticos, o mesmo já não acontece com a perspectiva moral que têm sobre a sociedade. Não podemos dizer que a Direita é sempre Conservadora e que a Esquerda não o é, ainda que essa seja a tradição. No entanto, é perfeitamente possível que um defensor da economia de mercado seja a favor do aborto e vice-versa. Hoje em dia torna-se difícil definir políticas de voto dentro dos partidos no parlamento quando falamos de aspectos morais, como o aborto, a eutanásia, a liberalização das drogas ou o consumo de álcool. Essas definições parecem cada vez mais estar nas mãos da sociedade civil (daí a recorrência a referendos). A política vai ficando, ao longo do tempo, confinada a decisões económicas. E nesse aspecto o “centrão” é o que tem mais vantagens: “vai agradando” um pouco a todos.
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