A Debandada dos Nossos Deputados
Oito e meia da manhã de uma terça-feira igual a tantas outras. Auditório nº 1. Aula Teórica de Ciência Política. A meio da sua aula, o professor Américo repara que pouco tempo após do início da mesma já um número significativo de alunos tinha abandonado, a conta-gotas, o auditório. Outros, porém, sentados nas suas cadeiras, liam o jornal, faziam palavras-cruzadas, jogavam sudoku e, claro, comentavam entre si – num burburinho ensurdecedor – a festa do dia anterior e de como se tinham abanado ao som de “La Bamba” do Dj Bombex 3000”. No final de contas, tanto uns como outros, se estavam a “marimbar” para as suas responsabilidades.
Algo de semelhante aconteceu com 84 deputados(as) que, no passado dia 12 de Abril, não se coibiram de, pouco tempo após assinarem a sua presença, irem embora. Alguns deles, supomos, para férias de Páscoa. Dizemos “supomos”, pois um deputado do PSD afirmou, em surdina, que Jaime Gama, Presidente da Assembleia, terá “criado o caldo para haver este problema” ao ter marcado plenários (com direito a falta) na semana da Páscoa... Segundo o Portugal Digital, Lúcio Ferreira, deputado Vilacondense, foi um dos que assinaram e abandonaram o Parlamento.
Ainda que esta atitude já não se espere de alunos universitários, é inimaginável que pudesse existir ao mais alto nível dos representantes do povo português. Pensar que um(a) Sr(a). Deputado(a) não é capaz de assumir as suas responsabilidades durante o (completo) exercício das funções para que foi eleito(a), é, no mínimo, eticamente deplorável, politicamente inadmissível e pessoalmente inqualificável.

De facto, a lei portuguesa permite aos deputados justificarem as suas faltas num prazo de cinco dias por diversas razões: doença, casamento, maternidade e paternidade, luto, missão ou trabalho parlamentar e o trabalho político ou do partido a que o deputado pertence. Contudo, já que, como a lei diz, “a palavra do deputado faz fé”, este não necessita de apresentar comprovativos na sua justificação de faltas. A lei está, portanto, a presumir que o deputado age de boa fé, o que, como a realidade infelizmente demonstra, não é, muitas vezes, verdade.
Perdoem-nos a sinceridade e o plebeísmo, mas só um autêntico pacóvio acredita que no exacto dia 12 de Abril, véspera de férias de Páscoa, cerca de 52% dos deputados (120 de 230) não estiveram presentes no parlamento devido a qualquer uma das razões previstas na lei. É claro que se pode contra-argumentar dizendo que os deputados podem vir a não justificar as faltas – neste caso perderiam 1/20 do seu salário. No entanto, pelo conhecimento que temos de situações anteriores (como foi o caso emblemático do jogo da final da Taça UEFA de 2003, entre o FCPorto e o Celtic, onde cerca de 30 deputados – entre os quais José Sócrates - faltaram para ir ver o jogo, tendo alguns justificado a falta como “trabalho parlamentar”...), pomos as nossas dúvidas quanto ao desfecho desta vergonha nacional.
Na verdade, os políticos, por estas e por outras (!), estão já tão descredibilizados perante a opinião pública que não é de espantar que uma parte muito significativa da população já nem valorize devidamente este tipo de escândalos.
Algo de semelhante aconteceu com 84 deputados(as) que, no passado dia 12 de Abril, não se coibiram de, pouco tempo após assinarem a sua presença, irem embora. Alguns deles, supomos, para férias de Páscoa. Dizemos “supomos”, pois um deputado do PSD afirmou, em surdina, que Jaime Gama, Presidente da Assembleia, terá “criado o caldo para haver este problema” ao ter marcado plenários (com direito a falta) na semana da Páscoa... Segundo o Portugal Digital, Lúcio Ferreira, deputado Vilacondense, foi um dos que assinaram e abandonaram o Parlamento.
Ainda que esta atitude já não se espere de alunos universitários, é inimaginável que pudesse existir ao mais alto nível dos representantes do povo português. Pensar que um(a) Sr(a). Deputado(a) não é capaz de assumir as suas responsabilidades durante o (completo) exercício das funções para que foi eleito(a), é, no mínimo, eticamente deplorável, politicamente inadmissível e pessoalmente inqualificável.

De facto, a lei portuguesa permite aos deputados justificarem as suas faltas num prazo de cinco dias por diversas razões: doença, casamento, maternidade e paternidade, luto, missão ou trabalho parlamentar e o trabalho político ou do partido a que o deputado pertence. Contudo, já que, como a lei diz, “a palavra do deputado faz fé”, este não necessita de apresentar comprovativos na sua justificação de faltas. A lei está, portanto, a presumir que o deputado age de boa fé, o que, como a realidade infelizmente demonstra, não é, muitas vezes, verdade.
Perdoem-nos a sinceridade e o plebeísmo, mas só um autêntico pacóvio acredita que no exacto dia 12 de Abril, véspera de férias de Páscoa, cerca de 52% dos deputados (120 de 230) não estiveram presentes no parlamento devido a qualquer uma das razões previstas na lei. É claro que se pode contra-argumentar dizendo que os deputados podem vir a não justificar as faltas – neste caso perderiam 1/20 do seu salário. No entanto, pelo conhecimento que temos de situações anteriores (como foi o caso emblemático do jogo da final da Taça UEFA de 2003, entre o FCPorto e o Celtic, onde cerca de 30 deputados – entre os quais José Sócrates - faltaram para ir ver o jogo, tendo alguns justificado a falta como “trabalho parlamentar”...), pomos as nossas dúvidas quanto ao desfecho desta vergonha nacional.
Na verdade, os políticos, por estas e por outras (!), estão já tão descredibilizados perante a opinião pública que não é de espantar que uma parte muito significativa da população já nem valorize devidamente este tipo de escândalos.
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