Cultura “Apaga Fogos” / “Lenhador”
A notícia divulgada de que o Ministério da Justiça (MJ) retirou 32 caixas Multibanco do interior de diversos Tribunais do país, para fazer face à crescente vaga de assaltos de que estes têm sido alvo nos últimos tempos, diz muito sobre a maneira portuguesa de “resolver” os problemas. Segundo o Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, José Conde Rodrigues, esta é uma medida para “melhorar a segurança” nos tribunais, “projecto” que representa um investimento global superior a 8 milhões de euros.
Em situações em que se impõe tomar uma medida com vista a resolver um problema há sempre quase a possibilidade de adoptar uma de três posturas: ou se mata o mal pela raiz, ou se vive com esse mal, ou se mata a raiz... Nós, curiosamente, temos uma forte queda para a segunda e/ou terceira atitude, como forma de ser e estar. Mas esta postura tem repercussões na nossa progressão económica e social; revela, acima de tudo, um lado deprimente da nossa forma de encarar a vida e as dificuldades que enfrentamos.
Com esta cultura temos condenado a progressão actual do nosso país e, mais grave ainda, de gerações futuras. A questão, por exemplo, de baixa produtividade dos portugueses é um sério exemplo. A hipotética empresa XPTO para vender o seu produto, igual a tantos outros no mercado (i.e., que não é exclusivo), pode pagar bons salários aos seus trabalhadores se estes tiverem uma produtividade elevada, ou então será forçada a pagar baixos salários para compensar a baixa produtividade. Resume-se tão-só a: “ninguém paga uma omelete sem ovos”. Como é repetidamente apontado, Portugal apresenta uma baixa produtividade face aos restantes países ocidentais, que nunca conseguimos ultrapassar. O que temos feito? Assobiado para o lado, ou pior ainda: as empresas baixam os salários. É uma forma de matar a raiz em vez do mal.
Este comportamento, porém, tem sérios impactos na nossa forma de ser e viver como sociedade. Origina um ar “derrotista”, um espírito de “fado”. É com pena que constatamos este facto, porque estamos certos que teríamos todos a ganhar se, em vez de andarmos constantemente a “apagar fogos”, ou a “cortar árvores” como forma de evitar um incêndio, tivéssemos um comportamento preventivo ou (devidamente) correctivo.
Naturalmente, não deixa de ser curioso como, por exemplo, o Estado português gasta dinheiro público tentando fazer crer que foram tomadas medidas sérias. Vejamos o caso das ATM’s: o reforço da segurança (a solução), que deveria ser suficiente para mitigar os assaltos às caixas Multibanco (o problema), é acompanhado da retirada dessas caixas (origem dos assaltos). Face ao raciocínio exposto, um miúdo de 5 anos facilmente perguntaria para que servem os 8 milhões de euros gastos. Eventualmente servirão alguém, menos o cidadão comum...
Em situações em que se impõe tomar uma medida com vista a resolver um problema há sempre quase a possibilidade de adoptar uma de três posturas: ou se mata o mal pela raiz, ou se vive com esse mal, ou se mata a raiz... Nós, curiosamente, temos uma forte queda para a segunda e/ou terceira atitude, como forma de ser e estar. Mas esta postura tem repercussões na nossa progressão económica e social; revela, acima de tudo, um lado deprimente da nossa forma de encarar a vida e as dificuldades que enfrentamos.
Com esta cultura temos condenado a progressão actual do nosso país e, mais grave ainda, de gerações futuras. A questão, por exemplo, de baixa produtividade dos portugueses é um sério exemplo. A hipotética empresa XPTO para vender o seu produto, igual a tantos outros no mercado (i.e., que não é exclusivo), pode pagar bons salários aos seus trabalhadores se estes tiverem uma produtividade elevada, ou então será forçada a pagar baixos salários para compensar a baixa produtividade. Resume-se tão-só a: “ninguém paga uma omelete sem ovos”. Como é repetidamente apontado, Portugal apresenta uma baixa produtividade face aos restantes países ocidentais, que nunca conseguimos ultrapassar. O que temos feito? Assobiado para o lado, ou pior ainda: as empresas baixam os salários. É uma forma de matar a raiz em vez do mal.
Este comportamento, porém, tem sérios impactos na nossa forma de ser e viver como sociedade. Origina um ar “derrotista”, um espírito de “fado”. É com pena que constatamos este facto, porque estamos certos que teríamos todos a ganhar se, em vez de andarmos constantemente a “apagar fogos”, ou a “cortar árvores” como forma de evitar um incêndio, tivéssemos um comportamento preventivo ou (devidamente) correctivo.
Naturalmente, não deixa de ser curioso como, por exemplo, o Estado português gasta dinheiro público tentando fazer crer que foram tomadas medidas sérias. Vejamos o caso das ATM’s: o reforço da segurança (a solução), que deveria ser suficiente para mitigar os assaltos às caixas Multibanco (o problema), é acompanhado da retirada dessas caixas (origem dos assaltos). Face ao raciocínio exposto, um miúdo de 5 anos facilmente perguntaria para que servem os 8 milhões de euros gastos. Eventualmente servirão alguém, menos o cidadão comum...
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