O Bom Senso no Terras do Ave

* Aqui encontra os artigos publicados no jornal vilacondense, Terras do Ave, escritos pelos autores d' O Bom Senso: Luís Soares e Nuno Miguel Santos*

Os textos são aqui publicados duas semanas após a sua publicação no jornal.

O Bom Senso

Jornal Terras do Ave

Publicado no Jornal de

01 novembro, 2008

Mais vale prevenir do que remediar

A Europa tem sido ao longo da História o palco das maiores guerras, que estão sempre associadas, paradoxalmente, ao maior desenvolvimento dos países. Após o fim da segunda guerra mundial, a Europa passou a ter um papel passivo em relação à questão militar. A criação da NATO garantiu a segurança dos europeus durante a guerra fria e as políticas de cada país europeu e da UE/CEE (desde a sua criação) centraram-se na economia e no desenvolvimento científico e da sociedade civil. A verdade é que a natureza do ser Humano é tendencialmente “má” para com os da sua própria espécie. A evolução da sociedade permitiu uma convivência cada vez mais pacífica entre os humanos, mas é inevitável que haja sempre quem deseje guerra, poder abusivo, destruição e domínio de outros povos. Assim, não faz sentido que uma determinada sociedade se esqueça da sua própria defesa, mesmo que dado o seu grau de desenvolvimento, esta considere que não faz sentido entrar em guerra com outros povos. A questão é que os outros povos podem, de um dia para o outro, decidir entrar em guerra com essa sociedade e nesse momento só quem está preparado se pode defender. O poderio militar não funciona apenas para atacar ou defender, serve para prevenir e afugentar aqueles que poderão desejar atacar determinado povo. Os europeus têm neste momento uma grande aversão à guerra (o que é um excelente sinal da sua evolução enquanto sociedade). As suas preocupações estão num patamar “mais elevado”. No entanto, como referimos, é necessário prevenir e é necessário que esta sociedade desenvolvida possa influenciar a evolução do mundo e, de certa forma, contagiar este grau de desenvolvimento e perspectiva sobre a vida. Não podemos pensar que somos o povo mais evoluído (isso não pode ser comparado e seria presunçoso e até de mau gosto, fazê-lo), temos sim que levar ao resto do mundo aquilo que temos de bom em termos de organização da sociedade e relações entre povos. Ora, para que isso possa acontecer e por muito que nos possa custar, temos que estar tão bem ou melhor preparados militarmente que os outros povos (ou conjuntos de países que possam representar qualquer tipo de ameaça). A nossa aliança com os EUA por motivos culturais e históricos faz todo o sentido, mas a nossa dependência militar não faz. Temos que evoluir autonomamente, dado que temos toda a capacidade humana para o fazer. Com esse desenvolvimento militar, poderemos afirmar ainda com maior convicção as nossas posições nos problemas do mundo e levar uma cultura de paz e desenvolvimento a outras regiões com mais dificuldades ou com políticos com objectivos contrários aos nossos. Pode parecer estranho dizer-se que é necessário ter poder militar para proclamar a ideia da paz e do desenvolvimento humano, mas se pensarmos bem é inevitável que assim seja. De outra forma não seremos respeitados pelas outras potências e em caso de guerra provocada por outros, nada poderemos fazer para preservar a nossa forma de viver (que muitas vezes não valorizamos).