O Bom Senso no Terras do Ave

* Aqui encontra os artigos publicados no jornal vilacondense, Terras do Ave, escritos pelos autores d' O Bom Senso: Luís Soares e Nuno Miguel Santos*

Os textos são aqui publicados duas semanas após a sua publicação no jornal.

O Bom Senso

Jornal Terras do Ave

Publicado no Jornal de

01 maio, 2008

O Fim da Linha...

A política portuguesa tem atravessado, nos últimos anos, uma “crise de identidade”. Os problemas são resolvidos à medida que vão aparecendo e, como consequência, ou são mal resolvidos ou geram problemas ainda maiores. Este facto leva a que se fale da pouca diferença entre as propostas do PSD e do PS (lendo os estatutos de cada um nota-se que partem da mesma base de social-democracia) e da falta de soluções gerais para quase tudo o que se passa na sociedade. Ao mesmo tempo, não existe um acompanhamento do desenvolvimento social por parte da ideologia política. No parlamento existem todos os dias discussões infrutíferas e até algumas exaltações nos debates por parte de alguns deputados mais dedicados, que acabam por resultar em “nada”. Tudo quase à semelhança de um pequeno teatro de improviso.
Não se pense, por estas palavras, que estamos a dizer que a política “não serve para nada”, ou que o “típico” político apenas olha para o seu umbigo (não que isso, infelizmente, não aconteça). A verdade é que só podemos avançar apostando nas pessoas certas. E, com certeza, há políticos com boas intenções no meio disto tudo. O que falta são ideias! Uma estratégia de longo-prazo, uma visão daquilo que o mundo é agora e uma adaptação às suas transformações cada vez mais rápidas. É preciso não esquecer que quem “conduz” a sociedade são os indivíduos e as suas relações. Não é um conjunto de alguns desses indivíduos que foram eleitos. Esses têm que fazer o seu trabalho, como qualquer outro de nós, que no caso é o de legislar e governar conforme lhe foi “sugerido” pelos seus eleitores. Pense-se nisto como numa relação empregador-empregado. Tão simples como isto: os empregados da sociedade ganham a vida propondo e executando boas soluções para os problemas dos seus empregadores. A situação em que nos encontramos é de falta de qualidade geral destes “profissionais”. Talvez os empregadores (nós) também estejam a exigir pouco...
Impõe-se que surja em Portugal (e na Europa) uma nova ideologia, mais racional, adaptativa, motivadora da evolução constante, em vez de ‘paralisadora’ do desenvolvimento. Chega de conversa antiquada de comunistas/fascistas. É uma perda de tempo. Basta ler um ou dois livros para prever qual a solução desses “ideólogos de outros tempos” para os problemas da actualidade. É normal. Tudo tem o seu tempo. Pensamos que aos poucos esta vontade de mudar o pensamento politico vai passar a ser uma realidade. Isso pode acontecer a bem, se a sociedade actuar a tempo, ou a mal, se esperarmos pelas grandes crises sócio-económicas que se avizinham. Não obstante, temos a certeza que daqui a uma ou duas décadas, com mais ou menos “danos colaterais”, a solução vai ser encontrada para uma nova linha de acção: nem que seja por mudança de gerações.