Gestão de Qualidade
É, hoje em dia, consensual que a maioria das empresas portuguesas não se conseguiu adaptar devidamente à globalização dos mercados de bens e serviços. Referimo-nos ao desenvolvimento de um mercado gigantesco, mais especificamente a novos ou diferentes tipos de concorrência, como custos de produção mais baixos, investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) e aposta no conhecimento e na formação dos recursos humanos. A questão que então se coloca é porque razão essa adaptação não aconteceu com a generalidade das nossas empresas.
A observação que fazemos diz-nos que o problema reside na gestão e nos quadros administrativos das empresas. As empresas não canalizaram os devidos recursos para a formação e inovação como, porventura, deveriam ter feito.
Em Portugal, a Gestão foi em certa medida posta de parte pelos empresários. Melhor dizendo, estes executavam uma “gestão rotineira”, descontinuada e limitada aos parâmetros operacionais - aquilo a que na gíria se designa de “gestão corrente”: resolver um problema que surge com um cliente, aprovar o orçamento para o próximo ano, ir aqui e ali, discutir os empréstimos a obter e as máquinas a comprar, falar com este e com aquele (tudo isto importante mas não suficiente). Como a última década foi de crescimento rápido e de entrada de fundos comunitários como até então não se tinha registado, foi fácil para muitos empresários manter tal laxismo sem que as empresas fossem afectadas com isso.
Mas hoje a realidade é diferente e devia ter sido antecipada e, até, evitada. A aposta numa gestão estratégica e planeada, para além da resolução das tarefas diárias que o cargo de gestor exige, é crucial para a sustentabilidade de um negócio a longo prazo. Em concreto falamos na concretização de um plano de acção de negócio, avaliação das perspectivas dos mercados em que a empresa opera e nos que poderá, eventualmente, vir a operar, perceber a evolução dos concorrentes e procurar inovar a todo o momento sem nunca pensar que “o trabalho está definitivamente feito”, porque há sempre algo a melhorar.
Como se disse anteriormente, uma gestão eficiente consegue-se aliando um planeamento estratégico com uma resolução diária de problemas e conflitos internos. O gestor deverá ser o melhor remunerado porque tem o papel de pensar e definir um caminho para fazer com que os accionistas e todos trabalhadores de uma empresa ganhem mais - quer seja em remuneração, formação ou boas perspectivas para o futuro; não por ser apenas um bombeiro com a missão de “apagar fogos” na empresa.
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