Vote nas Autárquicas como se Votasse nas Legislativas!
A campanha para as eleições de Lisboa vai a todo o vapor e os candidatos desdobram-se em argumentos para captar o maior número de votos. Até aqui tudo bem; é legítimo que assim sejam. Afinal, é disso que se trata. O problema, parece-nos a nós, é quando os argumentos ultrapassam o bom senso que se impõe aos dirigentes partidários.
Se já a todos os membros dos partidos que participam activamente na política do país se “pedem” argumentos sensatos, aos dirigentes dos mesmos pedir-se-á responsabilidade e capacidade de dar o “exemplo”, quer ao povo em geral, quer aos outros políticos. São estes senhores que, no Governo, ou não, assumem a responsabilidade de governar Portugal. São os representantes máximos do nosso país e dos portugueses, pelo que sobre eles recai um grande peso. Quando pegamos num boletim de voto e fazemos uma cruz num partido estamos a mostrar a nossa confiança neles: que eles nos representarão devidamente.
Ora, quando vemos esses mesmos dirigentes a utilizarem argumentos que não contribuem para elucidar as pessoas, mas sim para gerar mais confusão, não podemos deixar de mostrar o nosso desagrado pela classe política portuguesa. As eleições autárquicas em nada têm a ver com as legislativas. A não ser o facto de os candidatos serem sempre os mesmos... Tal e qual da mesma forma que sabemos que o bacalhau não tem nada a ver com o bife, a não ser o facto de ambos serem comestíveis. Por isso, quando ouvimos Paulo Portas, Marques Mendes e Jerónimo de Sousa a dizerem que um voto no PS nas eleições em Lisboa é um voto no Governo, levamos as mãos à cabeça. Á falta de melhor, o que estes três senhores fazem é “argumentar sem argumentos”. É triste isto acontecer. Muitas vezes os menos atentos acabam por ser levados “na cantiga” e a votar nas autárquicas como se estivessem a votar nas legislativas!
Isto foi o que aconteceu com a rectificação do tratado da União Europeia, por exemplo, em França. Os franceses votaram no Tratado para expressar o desagrado para com o Governo, quando uma coisa não tem nada a ver com outra. O tratado acabou por não ir para a frente, já que a França é um dos pesos pesadas da UE, e todos acabamos por sair prejudicados (assim entendemos; vamos esperar pelos desenvolvimentos do suposto “Tratado de Lisboa”). Aquilo que os três dirigentes partidários fizeram foi dizer às pessoas para não olharam para António Costa (que até poderá ser bom presidente de câmara), mas sim para a actuação do Governo. Suponhamos, por instantes, que António Costa daria um excelente presidente de câmara. Se ele não ganhasse as eleições porque as pessoas votaram contra o Governo (contra o PS, entenda-se), Lisboa só teria a perder; o que não faz sentido algum (até podia fazer se fosse em Vila do Conde., mas não vamos entrar por aí...).
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