A Eutanásia e a Decadência de Valores
A polémica sobre a eutanásia voltou a fazer parte da actualidade, muito devido ao caso da norte-americana Terri Schiavo, há 15 anos em estado vegetativo persistente. Colocam-se duas questões pertinentes: o que é a eutanásia e qual a sua moralidade. Fazemos aqui um parêntesis para agradecer ao Padre Domingos o tempo que nos dispensou.
A eutanásia pode ser definida como sendo “a morte intencional de alguém que pediu para ser morto”, de forma a poupar-se a sofrimentos de agonia. No entanto, apesar de ter um cariz voluntário é, na maioria das vezes, praticada por vontade dos familiares ou por indicação médica, quando se tratam de casos irreversíveis (são exemplos desta prática a Bélgica e a Holanda, que em vez de investirem em cuidados paliativos, optaram por legalizar a eutanásia. Na Holanda há cerca de 1000 doentes por ano que não escolheram morrer mas alguém o fez por si.)
Mas atendendo aos princípios dos direitos humanos, onde o direito à vida é a peça fundamental, já que sem ela tudo o resto não faz sentido, a prática da eutanásia é uma incongruência e representa a decadência dos nossos valores, que tantos séculos demoraram a construir.
A vida é uma fortuna que nem todos têm a felicidade de preservar. Numa altura em que a ciência permite, cada vez mais, minimizar o sofrimento do paciente e, muitas vezes, aumentar a dignidade da vida que lhe resta, é incompreensível que se coloque a prática da eutanásia como uma opção e não como algo condenável.
O que se verifica hoje é que o “facilitismo” generalizado predomina sobre os valores morais. Um caso flagrante disso mesmo é o de Terri Schiavo. Tantos gritos contra as guerras, contra o neo-colonialismo, e no momento de manter apenas uma pessoa viva, os mesmos que tanto gritaram pela paz, gritam agora pela morte.
Não é irónico? Os pais a lutarem pela vida da sua filha (salientamos também a coragem de George W. Bush quando assumiu a sua repugnância pela eutanásia, neste caso concreto), e do outro lado, um marido infiel (sim, porque não teve a valentia de se manter ao lado da sua esposa até ao fim), juntamente com um rol de imorais, a lutarem pela sua morte.
O Prior da nossa cidade afirmou que “a eutanásia insere-se dentro de um estado limite da existência humana, ,mas que contraria esse mesmo valor da vida humana sobre a qual o homem não tem [poder] – não é dono da sua vida. Questionado sobre a contradição dos que se dizem católicos mas não vivem segundo esses valores, o Prior disse que “muitas vezes as pessoas não sentem segurança nos [seus] valores e são influenciadas pelas maiorias e não tanto pelos valores em si mesmos. Em relação a casos de eutanásia em Vila do Conde, afirmou: “Sou Capelão no Hospital e nunca senti, de alguém, essa vontade.”
Tendo noção da imoralidade óbvia da eutanásia e da posição da Igreja (que só vem reafirmar essa imoralidade, embora não seja necessário praticar uma religião para se ser moral), por que é que ainda se discute esta prática em sociedades ditas desenvolvidas, no séc. XXI?
Luís Soares
A eutanásia pode ser definida como sendo “a morte intencional de alguém que pediu para ser morto”, de forma a poupar-se a sofrimentos de agonia. No entanto, apesar de ter um cariz voluntário é, na maioria das vezes, praticada por vontade dos familiares ou por indicação médica, quando se tratam de casos irreversíveis (são exemplos desta prática a Bélgica e a Holanda, que em vez de investirem em cuidados paliativos, optaram por legalizar a eutanásia. Na Holanda há cerca de 1000 doentes por ano que não escolheram morrer mas alguém o fez por si.)
Mas atendendo aos princípios dos direitos humanos, onde o direito à vida é a peça fundamental, já que sem ela tudo o resto não faz sentido, a prática da eutanásia é uma incongruência e representa a decadência dos nossos valores, que tantos séculos demoraram a construir.
A vida é uma fortuna que nem todos têm a felicidade de preservar. Numa altura em que a ciência permite, cada vez mais, minimizar o sofrimento do paciente e, muitas vezes, aumentar a dignidade da vida que lhe resta, é incompreensível que se coloque a prática da eutanásia como uma opção e não como algo condenável.
O que se verifica hoje é que o “facilitismo” generalizado predomina sobre os valores morais. Um caso flagrante disso mesmo é o de Terri Schiavo. Tantos gritos contra as guerras, contra o neo-colonialismo, e no momento de manter apenas uma pessoa viva, os mesmos que tanto gritaram pela paz, gritam agora pela morte.
Não é irónico? Os pais a lutarem pela vida da sua filha (salientamos também a coragem de George W. Bush quando assumiu a sua repugnância pela eutanásia, neste caso concreto), e do outro lado, um marido infiel (sim, porque não teve a valentia de se manter ao lado da sua esposa até ao fim), juntamente com um rol de imorais, a lutarem pela sua morte.
O Prior da nossa cidade afirmou que “a eutanásia insere-se dentro de um estado limite da existência humana, ,mas que contraria esse mesmo valor da vida humana sobre a qual o homem não tem [poder] – não é dono da sua vida. Questionado sobre a contradição dos que se dizem católicos mas não vivem segundo esses valores, o Prior disse que “muitas vezes as pessoas não sentem segurança nos [seus] valores e são influenciadas pelas maiorias e não tanto pelos valores em si mesmos. Em relação a casos de eutanásia em Vila do Conde, afirmou: “Sou Capelão no Hospital e nunca senti, de alguém, essa vontade.”
Tendo noção da imoralidade óbvia da eutanásia e da posição da Igreja (que só vem reafirmar essa imoralidade, embora não seja necessário praticar uma religião para se ser moral), por que é que ainda se discute esta prática em sociedades ditas desenvolvidas, no séc. XXI?
Luís Soares
Nuno Miguel Santos
4 Comments:
Eu estou a fazer um trabalho de pesquisa sobre a eutanásia. E queria referir antes de mais que cada caso é um caso. Na minha opinião acho que o ser humano tem direito de pedir para morrer quando já se encontra em estado final. Para quê prolongar o sofrimento? Nao será mehor por fim á vida e ter uma morte digna? O suicidio assistido não deve ser considerado um 'pecado' mas sim uma salvação ao sofrimento,claro que sobre estes assuntos recaem um conjunto de valores éticos que colocam a eutanásia como um obstáculo tal como a religião.
Sou um Seminarista cristão, que tenho dedicado parte do meu tempo e de meus estudos para me dedicar ao estudos sobre a eutanasia.
Gostaria de apoiar os idealizadores do blog e contrariar meu caro amigo que acima se pronuncio.
Pois entendo que só tem o poder de tirar que a mesmo nos conferiu.
Tenho olha para o livro de primeiro a Samuel 2:6a, onde esta escrito: o Senhor é o que tira a vida e a dá; com o aumento da tecnoligia e estudos humanos o homem por seus conhecimentos e suas ideologias sente-se autosuficiente, para determinar neste caso da eutanasia o momento de acabar a vida, este direto esta na mão daquele que venceu a morte e o inferno e o nome dele é Jesus, não me entenda com um cristão radical, não é isso, sou um defensor da vida pois sei quanto custou a vida e se me perguntar qual é o preço de digo com algumas palavras, Jesus, calvario, sangue, morte e ressureição, então meu nobre amigo, o suicidio assistido não é apenas um pecado como tambem é um desrespeito a pessoa de Jesus!
caso queria questionar segue meu email, estou sempre aberto a um bom debate...segue um conselho:
mude este teu pensamento e respeite a vida e este respeitar a vida fala não apenas a de Jesus ou a das pessoas preste a sofrer a eutanasia, mais respeito por sua vida ACEITE A JESUS como teu Senhor e Salvador.
adauto.camilo@hotmail.com
que Deus em Cristo vou abençoe e abra os vossos olhos para uma visão alem do racional.
Sinceramente, acho fácil criticar a eutanásia sem estar vivendo uma situação de fato.
Sou casado e pai de 2 filhos e amo muito minha familia !
Mas com certeza, dependendo do caso sou completamente a favor da eutanásia e recomendaria para um dos meus entes queridos se assim se fizesse necessário.
Também penso que cada caso é um caso. Em alguns a eutanásia seria um beneficio à pessoa que a deseja. É preferível uma morte digna e sem sofrimento a uma vida condenada, sofrida, sem esperança, deprimida, impotente. Se é o desejo real da pessoa por um tempo considerável, e não o de outras por aquela, seria um gesto de humanidade abreviar sua vida e seu sofrimento.
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